Federação Internacional de Handebol destaca patrocínio da FMO para a Seleção Brasileira de Handebol Adaptado em Cadeiras de Rodas no Mundial 2024.

A IHF (International Handball Federation) publicou uma matéria recentemente, destacando o patrocínio que a FMO (Faculdade de Medicina de Olinda) deu para que a Seleção Brasileira de Handebol Adaptado em Cadeira de Rodas pudesse participar do Campeonato Mundial 2024, no Egito, a partir do dia 16 de setembro.

Veja o texto traduzido na íntegra: 

TITULARES DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL ADAPTADO EM CADEIRA DE RODAS PRETENDEM REPETIR O SUCESSO NO EGITO EM 2024

Graças a um dos relacionamentos mais longos com o Handebol em Cadeira de Rodas, que remonta há mais de 30 anos, não foi surpresa que o Brasil tenha conquistado o primeiro Campeonato Mundial de Handebol em Cadeira de Rodas da IHF (International Handball Federation/Federação Internacional de Handebol).

No Egito 2022, eles venceram todos os cinco jogos da fase preliminar por 2 a 0 (contra a Eslovênia, Holanda, Índia, Egito e Chile) antes de derrotar novamente os anfitriões, desta vez na final, por 2 a 1 (8:3, 6: 7, 6:3).

Dois anos depois, enfrentam agora três novas equipes na fase preliminar, na qual França, Japão e EUA aguardam o Brasil no grupo A – o Japão é o único país que pode ostentar uma história mais longa e documentada no esporte.

“Como todas as outras seleções, acredito que a sensação é de alcançar o sucesso máximo – e com o Brasil não é diferente, faremos todo o possível para estar novamente na final”, disse o técnico do Brasil, Samuel Macena, ao site da ihf.info, no véspera do campeonato.

“O Grupo A é o mais misterioso do campeonato, com três equipes estreando. Pouco sabemos sobre eles, mas a certeza é que não serão jogos fáceis.”

Macena espera que o experiente capitão Marcelo Amaral, junto com Jordean Rodrigues e o MVP do Egito 2022, Guilherme Lourenço, combinados com novas contratações, possam ser a receita certa para o sucesso.

Para Amaral, que conquistou o título há dois anos, está claro que o Brasil será visto como o favorito – e ele deixa um recado aos seus concorrentes.

“Há um sentimento de grande responsabilidade porque o Brasil, como atual campeão, certamente será visto como o favorito por todas as outras seleções. Isso gera um sentimento de responsabilidade ainda maior”, disse Amaral ao ihf.info.

“Mas, em primeiro lugar, é um sentimento de honra poder representar o nosso país, a nossa nação e o nosso esporte. Espero ajudar meus companheiros o máximo possível dentro e fora da quadra – e como equipe. Espero que façamos bons jogos e tenhamos uma excelente competição”.

“Nossa equipe, hoje, é uma equipe mais madura”, acrescentou. “Mantivemos uma base de jogadores que estiveram lá em 2022, o que traz experiência para o grupo, mas mesclamos com novos atletas que se destacaram nos últimos dois anos, atuando em competições nacionais”.

“Essa equipe certamente está mais bem preparada, tanto na capacidade técnica individual de seus atletas quanto no coletivo. O Brasil em 2024 está mais forte do que em 2022, com certeza”.

“Estamos num grupo em que as demais equipes estão estreando na competição, mas isso não diminui o potencial de cada uma delas. Vejo um grupo muito forte e competitivo com três escolas diferentes, cada uma com características próprias”.

“No entanto, a nossa combinação de experiência e potencial individual e um coletivo mais bem preparado nos coloca mais uma vez entre os favoritos”.

BRASIL DESENVOLVE ESPORTE E FUTUROS JOGADORES EM CASA PARA O SUCESSO GLOBAL

De acordo com a Confederação Brasileira de Handebol (CBHB), atualmente 168 jogadores masculinos e femininos em 23 equipes em seis estados (Paraná, São Paulo, Alagoas, Ceará, Santa Catarina e Rio de Janeiro) estão registrados no esporte – mas o número é maior, por conta dos jogadores que participaram apenas de campeonatos nacionais serem registrados.

E esses números devem crescer ainda mais à medida em que a CBHB continue a desenvolver o esporte no Brasil.

“O Handebol em Cadeira de Rodas é praticado no Brasil há muitos anos e há uma comunidade que acredita no desenvolvimento deste esporte em níveis nacional e global”, explicou Rudney Uezu, parte da equipe técnica de 2022 e agora oficial da equipe no Egito 2024, além de Diretor de Desenvolvimento Técnico na CBHB, para ihf.info.

“É de suma importância para nós fazer parte da competição mais significativa do mundo e também buscamos contribuir ativamente para a consolidação do Handebol em Cadeira de Rodas em todo o mundo”.

“Nos últimos três anos, temos trabalhado na estruturação e profissionalização do esporte no Brasil, organizando campeonatos nacionais (2023 – 8 equipes masculinas/3 equipes femininas, 2024 – 10/3) em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)”, acrescentou.

“Agora temos um painel nacional de arbitragem e uma equipe de classificadores funcionais e garantimos um importante patrocinador, a Faculdade de Medicina de Olinda (FMO), para doar cadeiras de rodas esportivas – 20 foram distribuídas para 10 equipes em 2023, com 40 programadas para serem distribuídas este ano. Também criamos um programa para distribuição e doação de traves oficiais em cinco estados em três regiões do país, também financiado pela FMO”.

“Nossos planos incluem a disseminação do Handebol em Cadeira de Rodas pelo país, visando apoiar a formação de equipes em regiões onde elas ainda não existem, apoiando competições regionais e também buscamos fortalecer as competições femininas.

“Além disso, continuaremos a formar treinadores por meio da nossa Academia de Handebol em Cadeira de Rodas e, com essas ações, acreditamos que podemos fortalecer a cultura do nosso esporte no país, o que nos ajudará a manter uma forte presença internacional.”

Para o capitão Amaral, a realidade desse investimento e apoio está se mostrando em nível de quadra e ele espera que o futuro continue com a tendência ascendente que está sendo vista atualmente.

“Ainda há muito a ser conquistado, mas novas equipes de diferentes regiões do Brasil já estão se formando e o calendário está assumindo um formato que tende a desenvolver o esporte mais rapidamente em todas as regiões do país”, disse o capitão de 44 anos.

“No nível brasileiro, minha esperança é que o esporte continue crescendo. Sabemos que temos que superar desafios a cada temporada, mas estou esperançoso de que o Handebol em Cadeira de Rodas esteja vivendo seus melhores dias no Brasil’.

“Quando olho para o cenário global, vejo que esses Mundiais estão acontecendo, o esporte está caminhando para a realização de um sonho: se tornar um esporte paralímpico. Eu realmente gostaria que esse sonho fosse realidade”.

“Não dá mais para dizer que o Handebol em Cadeira de Rodas não é um esporte global. Todos os continentes estão se desenvolvendo, e a prova disso é que no Egito 2024 teremos essa representação global”.

“O Handebol em Cadeira de Rodas é um esporte que cativa, impacta e motiva. É lindo de assistir e é impossível alguém assistir a uma partida e não torcer e não gostar.”

Técnico: Samuel MACENA

Participações anteriores: 2022 (4 de cada): 1º, 2022 (6 de cada): DNQ

Grupo Preliminar no Egito 2024: Grupo A – Brasil, França, Japão, Estados Unidos da América

Veja a matéria: https://www.ihf.info/competitions/men/308/3rd-ihf-wheelchair-handball-world-championship-2024-egy/177153/news/192041

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